sábado, 6 de outubro de 2007

As palavras

Sinto-me estável, a Sorrir por dentro e por fora! Porquê? Não sei. A chuva deixa-me assim. Acho uma visão linda, as gotículas de água a percorrerem uma folha já amarelecida pelo tempo, vagueando as ruas sem rumo algum. Ah, como gostava eu de ser como elas. Partir sem rumo, sem qualquer motivo ou justificação... Apenas voar por aí e olhar os outros em profundidade. Aliás, estou a fazê-lo agora; observo com minucia todos aqueles que passam à minha volta.
Estou aqui sozinha, a sentir o Sol de Outono no peito. Uns conversam, outros riem, outros namoram... E eu aqui, observando tudo e todos, com um olhar atento mas discreto. Este calor é magnifico, como o de um abraço terno e aconchegante.
Alguém passou por aqui e perguntou: 'Estás aqui sozinha?', ao que eu respondi, apenas, num tom de voz calmo: 'Sim, estou sozinha!'. Mas, na verdade, não estava. As palavras estão sempre comigo. Refugio-me nelas e, este meu apego é tão imenso que, elas são o pincípio, o meio e o fim da minha existência. São a única forma que alcanço para me relacionar com o mundo e comigo própria. Sim, comigo própria, quando falo sozinha com os meus botões ou quando tento encontrar respostas e explicações para tudo.
Há tantas coisas que podemos ver através das palavras e por, voluntariamente, nos tornarmos invisuais, não vemos.. ou não queremos ver...
Eu quero ver...