sábado, 14 de março de 2009

Pedaços V

Não tenho medo da solidão,
esta faz-me companhia.
A saudade vai consumindo pouco a pouco,
o meu peito,
deixando marcas,
como o vento árido de Inverno.
Quase na penumbra do desespero,
vivo cada dia,
na esperança que apareças
por entre o sol da manhã.

CM 4 Mar. 2009

1 comentário:

LUIS FERNANDES disse...

Continua a escrever Clara. Descreve o sentir da tua alma, o palpitar do teu corpo. desabafa nas palavras, são um bom antídoto para o que nos consome.
Certamente gostarias de umas palavras de apreciação. Não posso dá-las, com franqueza. Tenho muita dificuldade em classificar poesia. Mesmo até a minha, a que escrevo. Poesia é muito diferente de prosa. Digamos que a prosa é para os outros entenderem com facilidade. A (nossa) poesia é diferente. é nossa, só nossa. É carne da nossa carne. É como se fosse um labirinto e só nós tivéssemos a chave de entrada. Entendes o que quero dizer? Por outras palavras, toda a poesia é boa para quem a escreve.
Já percebes, então, por que não classifico -porque, sinceramente, não sei.
Nós que escrevemos, deliramos por um elogio. O problema é sabermos se esse mesmo encómio é mesmo sincero.
Por isso mesmo, só te posso dizer: continua a escrever. És muito profunda, e, para além disso, faz-te bem à alma.
Um beijo.
Luis