terça-feira, 7 de abril de 2009

Rascunhos a Lápis VII


Chove. Vejo as goticulas de água cair, aqui diante de mim, na varanda. Vim refugiar-me de todas as corridas desenfreadas para lugar nenhum. A brisa acaricia-me o rosto molhado de lembranças e a música entra na minha circulação. Desesperadamente, aprisiono o meu pensar nesta folha branca de papel.
(...)
Sinto-me louca por sentir este sentir que não sei. Esta distância longa que encurta o olhar faz-me querer-te ainda mais do que ontem.
(...)
Vamos dançar nesta chuva, vamos senti-la escorrer pela nossa cara enamorada de paixão, encharcando-nos da cabeça aos pés. Vamos sentir os nossos corpos quentes, molhados, enroscados, abraçados por entre a multidão que não vemos. Vamos ser um só.
Respiro fundo.
Já não sei se sonhar é bom. Dói. Corrói a alma que luta pelo devaneio que teima em não ser realidade. A chuva cai e eu continuo aqui... sem te sentir.
Fica a vontade de sentir a chuva e o teu corpo colado ao meu num arrepio quente de amor.
(...)

Salou, Espanha
2 de Abril 2009

3 comentários:

m disse...

Esse amor desesperante e sofocante que o aberto alveolo pulmonar não consegue fazer sentir o doce e frio ar. O tempo escasseia perante os meses que nos passam ao lado trazendo agarrado os curtos momentos em que podemos sentir a oportunidade de um corpo enroscado, molhado e estalado pelo frio e quente que os coraçoes fazem palpitar quando os sentimos como um conjunto sólido. Ilumina-me. Sim, luz, ilumina-me. porque " o amor cobre uma multidão de pecados" 1Pedro 4:7

cathy disse...

profundo... e lindo!
bjinho

Carlytos disse...

"Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um sim ou um não pode mudar toda a nossa existência."

Não te sintas assim, pois para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero. Quando chegares ao fim da noite, terás a tua conquista junto ao teu travesseiro!