Já cheira a Natal em todo o lado e a verdade, é que estamos a aproximar-nos do dia que as TV's e os centros comerciais anunciam quase há dois meses! Ouvi uma conversa familiar, de novela é certo, mas a avaliar pela situação que, actualmente vivemos, acredito que existem casos assim semelhantes. A mãe, muito preocupada, comunicava aos filhos que neste Natal não iria haver presentes, o seu pequenino negócio já não dava lucro como outrora deu e, por isso, o Natal ia ser muito pobrezinho, contava angustiada. Os filhos reagiram de maneira contrária à que a mãe pensava; abraçaram-na e num sorriso disseram que o importante é estarem juntos e todos bem.
O tempo que vivemos convida-nos à reflexão interior, fazendo o balanço do que é isto do Natal. É triste que um boneco de ocasião tenha roubado o berço ao menino Deus, apoderando-se do Seu Nascimento para fazer as marcas vender.
Lembro-me, quando era (mais) pequenina, de deixar o sapatinho debaixo da chaminé, para o Menino Jesus deixar lá uma prenda. Fui educada assim, dentro dos valores cristãos, para mim os mais verdadeiros; mesmo agora, depois da idade adulta, em que já não me vejo obrigada a imposições.
O Advento, a preparação para a chegada do Salvador, faz-me pensar... em todo o dinheiro que se gasta em presentes, nas campanhas de solidariedade, naqueles que não sabem o que é uma ceia de Natal e muito menos um presente, naqueles que não conhecem o aconchego da lareira, penso, também, nas mesas fartas e como seria se não tivesse um pedaço de pão, penso nas SMS que se enviam antes de terminar a promoção das 1500 grátis, penso como é bom ir a correr à caixa de correio e ler o postal do vizinho do lado que, mesmo por morar ao lado, faz questão de selar a Amizade de sempre, penso nas demais familias que deixaram de o ser, porque dinheiros e luxos tiraram o lugar a um Lar de Amor,... penso em muito mais, mas o meu pensamento foge, agora, para a figura central do verdadeiro quadro natalício - o presépio - o Deus Menino que nasce, em palhas de uma humilde cabana. O cenário que o Homem tende, cada vez mais, fazer correr o pano, 'abafando-o' com sacos e presentes espalhados, abaixo da árvore que tem no cimo a Luz que guiou os Reis no Oriente.
É urgente, mais do que nunca, compreender o verdadeiro, o real, o genuíno sentido do Natal. É urgente fazer perdurar o brilho da Estrela - Guia por todo o ano.
O Natal serve, também, para abrirmos o nosso Coração, que só se abre por dentro, àquele com quem vivemos mais afastados. É um ponto de partida para o Amor, se assim o quisermos.
Desejar o Bem e a Felicidade ao outro é mais do que um desejo, é um compromisso.
Sê o maior e melhor presente deste Natal. Dá-te! Entrega-te (!) ao próximo, como Ele se entregou à Humanidade.
Comprometo-me contigo, no sentido de fazermos com que este Natal seja diferente: com mais autenticidade, mais verdadeiro, com mais Amor.
Um Santo e Feliz Natal, a todos os que por aqui passam.
Um beijo e um abraço apertado no vosso coração.
Clara