terça-feira, 26 de maio de 2009

L

A precocidade nasceu comigo: dei os primeiros passos aos dez meses e disse ‘papá’ aos onze. Passei os primeiros anos de vida com a minha irmã mais velha e com os meus gatos; hoje odeio-os… aos gatos, irritam-me! A ‘mana Rosário’, como me fui habituando a chamar, ensinou-me desde cedo a pegar no lápis, a juntar as letras e a desenhar e somar algarismos. Sabia escrever ‘Clara Maria Freire Margaça’ aos cinco anos; que feito!
Nunca tive bonecas, aliás, ter tive, durante escassos minutos. Processo de tortura: cortava-lhes o cabelo em forma de penteados ‘punk’ e riscava-lhes os membros em jeito de tatuagens. O que eu gostava mesmo era de ver bichinhos no quintal e ir jogar à bola com a ‘canalhada’, na eira. Nasci e vivo numa aldeia, estou habituada a viver pelos campos, a respirar ar puro e a ouvir, pela manhã, o chilrear dos pássaros.


in Crónica Pessoal

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