sexta-feira, 29 de maio de 2009

A

Em 2006, por influência de um amigo próximo, inscrevi-me na preparação para o Crisma. Eu, Clara Maria, a mais rebelde da minha rua ia voltar para a catequese, só podia estar maluca. Foi, sem dúvida, o primeiro passo da ‘transfiguração’, ninguém diria. Juro-vos! Havia (há!) algo em mim que me dizia (diz!) que o caminho correcto não era o que estava a levar até então. Descobri, sozinha, ou não, que, e sem querer usar frases feitas, o essencial é invisível aos olhos. Foi, já no ano das Maravilhas que tudo aconteceu; nunca hei de esquecer o momento em que o D. António Francisco me ungiu os óleos na testa. Memorável, é a palavra que encontro para definir tudo o que recordo. Tinha começado uma nova etapa. Ao mesmo tempo que tudo isto acontecia, encontrei um amigo e confidente que hoje é como um pai.
No mês das Maravilhas, eu conheci a oitava. Alguém que se revelou na minha vida, alguém que sabe ser, alguém que confia, alguém em quem confio, verdadeiramente, alguém por quem nutro uma cumplicidade cúmplice; uma peça fundamental no puzzle que tenho vindo a construir.
Um ano de transformações e conhecimentos que, no fim, fazendo o seu balanço: valeu a pena!


in Crónica Pessoal
Hoje fui à praia! Meu Deus... soube tão bem deitar na areia e ouvir o Mar! :)
Acreditem ou não, levantei a camisola e já tenho a barriga bronzeada, que espetáculo! :P*
Só eu, relamente!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

R

Os anos foram passando naturalmente, até que se avizinhava outro ano de decisões e transições. Depois dos cinco anos na C+S teria de escolher uma área para o Secundário e outra escola. Mantive-me em Vagos, com quase todos os colegas que me tinham vindo a acompanhar, há já vários anos.
Esse ano não viria a correr da melhor maneira. Nesse ano reprovei. Depositando todas as culpas nas minhas costas. Ao contrário de uma situação normal, os meus pais não me castigaram; foi o melhor castigo que me poderiam ter dado.

in Crónica Pessoal
Afinal não estou com varicela; foi só impressão! Ah, já sei nadar... :D
A minha querida professora já não foi frustrada para casa, porque eu 'abdiquei de não querer'... e venci! Gosto tanto, mas tanto daquela mulher! ´Para mim, já não é professora... :)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A

Aos seis anos, entrei para a Escola (Universidade) do Boco. A professora Suzete era má, dela não guardo nenhuma boa recordação; do ano escolar sim: tive varicela (é bom, sim! Fiquei em casa uma semana.), aprender todas as letras e fazer pequenos ditados foi um espectáculo, ler memorizar a tabuada a cantar, … resultou de tal maneira que ainda hoje sei (2x1=2, 2x2=4, 2x3=6, … ok!). Do 3º ano guardo a comemoração do Carnaval: ‘O lobo e os cabritinhos’. Aos nove anos, já no último ano do 1º ciclo, estou convicta de que foi o melhor ano de escola primária, talvez por ser o ano em que teria de fazer escolhas a sério e tomar responsabilidade. O ano anterior tinha sido o da Expo; fomos nesse ano ao, agora, Parque das Nações; que mundo! Marcámos a diferença pela festa de Natal e pelas comemorações do Magusto e do Carnaval. Ao ver, hoje, os vídeos e as fotografias recai sobre mim a nostalgia.
Rumo ao novo ciclo, numa nova escola. Ao contrário da mana Lurdes, e um bocadinho contra à vontade dos pais, optei pela C+S. No ano em que se pensava que ia acabar o mundo, dei eu um passo para um mundo novo. Ia conhecer, mudar, crescer, sentir coisas novas, nada que não fosse normal, mas ia ser diferente, no mínimo.
Lembro-me ainda de todos os professores que tive, das turmas e até do número.
Tive uma negativa no 7ºano, a primeira em toda a minha vida; acho que nunca chorei tanto. Era injusta e, hoje, tenho essa professora na minha lista negra. (Vi-a hoje! Quase que me transformava num bicho mau e dava cabo dela!) Neste ano, também, tive o meu primeiro namorado. Chamava-se Filipe, era tão giro!



in Crónica Pessoal
Se calhar estou outra vez com varicela; o Pedro pegou-me, só pode!

terça-feira, 26 de maio de 2009

L

A precocidade nasceu comigo: dei os primeiros passos aos dez meses e disse ‘papá’ aos onze. Passei os primeiros anos de vida com a minha irmã mais velha e com os meus gatos; hoje odeio-os… aos gatos, irritam-me! A ‘mana Rosário’, como me fui habituando a chamar, ensinou-me desde cedo a pegar no lápis, a juntar as letras e a desenhar e somar algarismos. Sabia escrever ‘Clara Maria Freire Margaça’ aos cinco anos; que feito!
Nunca tive bonecas, aliás, ter tive, durante escassos minutos. Processo de tortura: cortava-lhes o cabelo em forma de penteados ‘punk’ e riscava-lhes os membros em jeito de tatuagens. O que eu gostava mesmo era de ver bichinhos no quintal e ir jogar à bola com a ‘canalhada’, na eira. Nasci e vivo numa aldeia, estou habituada a viver pelos campos, a respirar ar puro e a ouvir, pela manhã, o chilrear dos pássaros.


in Crónica Pessoal

quarta-feira, 20 de maio de 2009

C

Os meus registos de nascimento datam 18 de Março de 1990, pelas 08h45, no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro.
A minha mãe ao ver-me pensou: “Ai, que garota tão feia!”, talvez, hoje, ainda pense o mesmo, mas adiante. O meu pai teve uma desilusão, pois pensava que lhe ia sair um João, mas saiu isto. Somava uma a mais duas Marias. Na verdade, fui o erro dos meus progenitores; coisas que acontecem, porém, sou hoje um alicerce fundamental na família Margaça. (Eu sei que sou!)

...
in Crónica Pessoal
Começou tudo, mais ou menos, assim ... irei escrenvendo!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Palavras secas

Palavras secas,
Sufocantes
Invadem o meu pensar,
Todos os feixes nervosos
Do meu cerebro;
Irrigam pelos vasos sanguíneos,
Desalentam...
Já não existe cura
Para tamanha doença
Tão, profundamente,
Penetrada.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A vida sente-se

A vida sente-se
Na pele.
Em cada toque suave
Mistura-se uma sinestesia
De sentidos,
Sensações, desejos,
Emoções,…
Ao de leve emana o aroma
Da paixão…
Tudo isto é vida,
Porque tudo isto é amor.
Em gestos
(in)traduzíveis nas palavras

que aqui vão.

Clara Margaça

domingo, 10 de maio de 2009

Para a (minha) Lili


'Se sentes dentro de ti a vontade de amar...'

Lili!

Vem! Anda... quero mostrar-te uma coisa!
Não! Não tenhas medo! O teu coração bate mais forte? Sente-o!
Não! Não queiras desistir! Porque é que não acreditas em ti e naquilo que sentes?
Não fujas...
Agora pára! Olha à tua volta... O que vês? As árvores, os pássaros, as núvens, o sol, o riacho que corre, as flores, a criança que brinca, ... a Vida! O que usaste? Todos os teus sentido, não, apenas, a visão! Olha também para dentro de ti e sente o teu próprio sentir! Liberta-te! Sente e faz-te sentir!

Sabes o que disse Aquele nosso Amigo?
'Amar é uma decisão espiritual a ser praticada em relação a tudo e todos.'
Não tenhas medo do amor, pois este... move montanhas!

Acredita e nunca desistas de ti!
Estou certa de que Aquele que nos cruzou JAMAIS nos separará!


Clara Margaça


P.S.: Já comeste gelado hoje? =)

cartas II



Hoje tive ainda mais saudades tuas ...
Vim escrever, desenfreadamente, tentando esquecê-las e, embora me pareça que não resulta alivia-me o pensar e o sentimento.
Vagueio, incessantemente, à espera, de uma palavra... só uma! Foi hoje, aliás, no dia de hoje que te dei a tal flor amarela de que falava, naquela outra vez...
Por momentos penso e respiro fundo... pergunto-me por que razão sou eu tão tolinha ao ponto de esperar tanto tempo...(?!) Porque espero eu pelo que não sei? Por outro lado ... o que é o 'não sei'?
A lucidez, de vez em quando, foge de mim e, sinto-me mesmo a endoidecer...
'Senhor Padre, sabe ... eu acho que não sou normal!'

Sei que a vida é uma constante viRagem... sei também que precisas de parar, de reflectir, (re)começar... Sei que não somos perfeitos, porém, temos de aprender a viver e a desenhar a nossa vida polindo as arestas! E eu ... aceito-te assim... com todos os teus defeitos, porque, também, são eles que me fazer sentir saudades! E sabes... como diz o (meu) PF ... 'Não custa viver; o que custa é saber viver!'...

Lembra-te de mim!


'A MINHA VIDA EXISTE PORQUE EXISTES TU'

9 de Maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

cartas

Já reparaste na grandiosidade da Lua e do Sol no céu? Ambos não viveriam um sem o outro; um porque precisa de receber a luz que só ele tem, o outro porque tem tanta luz precisa de a partilhar.
Hoje vi os dois no céu, ao mesmo tempo, por entre os ramos, deitada no chão. Tive vontade de correr até ti para contar segredos. Tive vontade de espelhar em ti um sorriso envergonhado.
Pelo caminho peguei numa flor amarela... igual aquela que te deixei no saco branco, lembraste? Faz por estes dias um ano. Ainda a tens?
Olha... tens feito a barba?

Tenho saudades... o sol, que agora tem aparecido mais vezes, e que, hoje, dividiu o céu com a lua tem-me feito lembrar de ti...

Clarinha

sábado, 2 de maio de 2009